sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O barato que sai caro

Essa semana eu precisava comprar papel. Fui no correio, e tinha um bloco daqueles papéis de impressora por 3,70. Do lado, tinha um outro bloco por 2,70. Comprei o mais barato. Errei! O papel é muito fino, só de tirar do bloco ele já tá todo amassado. Sabe guardanapo de pastel de feira? Então. Agora eu tenho um bloco de guardanapo de pastel de feira em tamanho A4.

É mais ou menos isso que acontece em Uganda. A diferença é que por lá eles nem tem a opção do bloco de 3,70. O que chega pra eles é o pior dos produtos chineses de má qualidade.

Ainda em Kampala, nós compramos quatro bolas, uma delas vazia, e quatro bombas de ar pra dar de presente nas escolas que íamos visitar em Gulu. Eu tentei encher a bola vazia. Com a primeira bomba, quebrei a parte de baixo, onde encaixa a agulha. A segunda, quebrei a parte de cima. A terceira consegui quebrar embaixo E em cima. Tive um ataque de fúria e desisti.

Nas escolas em que visitamos, eles tinham tanques pequenos de água perto das latrinas para lavar as mãos. Devia caber uns 20 litros de água em cada tanque. Ou seja, se não tiver alguém enchendo-os o tempo todo, ninguém pode lavar as mãos.
Um dos tanques tinha água. Deu até medo de usar a torneira...medo de quebrar. As torneiras pareciam muito frágeis. Depois de destruir três bombas de ar, eu que não ia me arriscar a ser o maldito que veio lá dos quintos dos infernos só pra quebrar a torneira deles.

Nas quatro escolas em que estivemos existiam enormes tanques de água pra coletar a chuva que cai nos telhados. Na escola em que fui, eles tinham três tanques de dez mil litros. E em todos os tanques, nas quatro escolas, não há torneiras. Elas tinham quebrado, ou tinham sido roubadas durante a noite.

É, você leu certo: roubadas. A situação lá é tal que tem gente que invade as escolas à noite pra roubar torneiras.

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